terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cresce desmatamento na Amazônia

Depois de dois meses em queda, o desmatamento na Amazônia voltou a subir em outubro, de acordo com dado do governo federal.

O sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que flagra a devastação em tempo real, viu 385 km2 desmatados em outubro em comparação com 253,8 km2 no mês anterior - um aumento de quase 52%. A cifra é a mesma, porém, de outubro do ano passado -- quando o Deter enxergou 388 km2 devastados na região.
Diferentemente dos dois meses anteriores, em que houve queda na taxa, os dados do Deter não foram anunciados à imprensa pela ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente).
O Estado que mais desmatou foi Rondônia, passando o tradicional campeão Pará, e o município que mais registrou derrubadas foi Porto Velho, onde se constroem as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.
Fonte: Folha on-line, 29 nov 2011

Infelizmente, não há novidade na notícia. Com o novo código florestal em vias de aprovação, os destruidores da floresta já se sentem contemplados e podem agir com mais desenvoltura. Afinal, sabem que mais cedo ou mais tarde, serão anistiados. À exploraçáo ilegal para colher madeira de lei se segue o avanço impiedoso do capim para o gado e da soja. Atrás deles, imensos campos de terra erodida, abandonada. Esta é a triste situação da Amazônia....

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

CAMARÕES E CÓDIGO FLORESTAL

A Comissão de Meio Ambiente concluiu na tarde desta quinta-feira (24) a votação do projeto que reforma o Código Florestal. O projeto agora vai a plenário. O texto principal havia sido aprovado na quarta-feira e restavam destaques para votação na comissão. Uma das principais polêmicas do código, a criação de camarões em mangue, foi reaberta no encerramento da votação. Por pressão de parlamentares do Nordeste, os relatores do código, Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC), se comprometeram a apresentar na votação do código no plenário uma emenda decretando a aquicultura como atividade de "interesse social". Isso poderá permitir que a carcinicultura continue ocupando os chamados apicuns, áreas alagáveis dos manguezais.

Ontem, os senadores José Agripino (DEM-RN) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) entraram na sessão de votação do código na Comissão de Meio Ambiente para exigir que a criação de camarão fosse liberada, aprovando uma emenda do senador que retirava apicuns e salgados (outra subdivisão do manguezal) da categoria de Area de preservação permanente No governo, a avaliação é de que, caso seja aprovada, a emenda pode ser vetada pela presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Folha on-line.

Mais uma vez, o poder econômico faz valer sua pressão. É sabido que a cultura de camarão, tal como é realizada no Brasil, sobretudo no Nordeste, aniquila com o ecossistema das áreas ocupadas. Considerar tal atividade como “de interesse social” é no mínimo um grande cinismo. Além disso, os manguezais são áreas preciosas para a cadeia alimentar de rios e mares. Permitir que sejam destinados para criação de camarão em cativeiro é comprometer o futuro da vida nos rios e mares. Onde está a consciência dos nossos políticos?

domingo, 6 de novembro de 2011

IDH e ameaças ambientais

As ameaças ambientais podem comprometer avanços no desenvolvimento humano nos próximos anos, e os principais prejudicados serão os países mais pobres do mundo. O alerta é do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que divulgou o relatório Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos.
De acordo com o Pnud, os avanços em saúde e renda, que, junto com educação, compõem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), poderão ser ameaçados pelas consequências das mudanças climáticas e da destruição ambiental. "Os resultados alcançados nas últimas décadas poderão ser revertidos se não levarmos em conta o desenvolvimento sustentável, compreender que a desigualdade afeta a degradação ambiental e vice-versa", apontou o pesquisador do Relatório de Desenvolvimento 2011, Alan Fuchs.

Pelas projeções do Pnud, se o ritmo de evolução do IDH dos últimos 40 anos for mantido, em 2050 a grande maioria dos países terá índices considerados muito elevados. No entanto, essa trajetória pode ser comprometida pelos riscos ambientais, que foram divididos pelo Pnud em dois cenários: desafio e desastre ambiental.
Até 2050, sem os novos desafios ambientais, o IDH global seria 19% maior que o atual, com melhora principalmente nos índices de países em desenvolvimento. No cenário de desafio ambiental, que considera a poluição do ar e da água e os impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura, o IDH global em 2050 seria 8% menor do que no cenário-base. Na hipótese de desastre ambiental, o IDH global seria 15% menor que o projetado para 2050 no cenário básico.

"Sob um cenário de desastre ambiental, a maior parte dos ganhos do início do século será perdida até 2050, com os sistemas biofísicos e humanos sujeitos à pressão do uso excessivo de combustíveis fósseis, da queda dos lençóis freáticos, da desflorestação e degradação da terra, dos declínios dramáticos da biodiversidade, da maior frequência de eventos climáticos extremos", lista o relatório. Os impactos serão maiores nos países do Sul da Ásia e da África Subsaariana, mais vulneráveis, por exemplo, aos impactos das mudanças climáticas, tais como a alteração na ocorrência de chuvas e elevação do nível do mar.
O Pnud sugere mudanças significativas na implementação de políticas públicas e investimentos em sustentabilidade para reverter a situação. "É preciso haver uma mudança macro. Um ambiente limpo e seguro deve ser um direito e não um privilégio", avaliou Fuchs.

Entre as medidas, os autores do relatório defendem a criação de um imposto verde, para taxar as grandes transações financeiras internacionais e financiar o enfrentamento das mudanças climáticas e da pobreza extrema. Segundo cálculos do Pnud, uma taxa de 0,005% sobre as negociações cambiais poderia gerar anualmente US$ 40 bilhões para essas causas.

Fonte: Folha on-line, 3 nov 2011.